Duas vezes antes, mas não dessa
vez,
Desceram as luzes de céus
estrelados
Mas nunca as chuvas prometidas
Piscaram estrelas calidamente
Mas de nada adiantou as terras
áridas
As areias de antes mantém-se
Como se acomodadas a residência
Os gravetos, que são mãos
estendidas
Furam o ar em busca de um vento
Não há...
Nem mesmo um vento para
sussurrar-lhes
Há só uma imensidão vazia
Que se estende além dos olhos
Percorre toda a carne e segue os
veios
Sentem os tendões um repuxar
melancólico
Quase cordas a arrebentar, o
afinar de um violino
Uma viola de um velho...
Nessas terras contraditórias
Horas tão quentes horas tão frias
Passam-se os dias como se fossem
eternidades
Toda a solidão é suportável
Entendível até...
Que haverá além disso?
Estendem-se dunas de areias
Que escondem os brancos ossos dos
mortos
E numa certeza duma ferida aberta
Sei que isso é tudo o que há no
mundo
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