terça-feira, 1 de julho de 2014

- (Areias, parte I)

Entre meus dois lábios, só há espaço.
Para palavras mortas, e promessas secas.
Tantas as secas, que chegam a inundar os olhos.
Tantas enchentes que acabaram por varrer as faces
Todas brancas e lavadas, limpas.
Há tanto sal, que chega a grudar cabelos,
Que em meio ao vento se descontrolam.
Mas dentro da mente, onde os sonhos moram,
Todos eles murcham e desaparecem.
Enquanto o peito árido enlouquece,
Nessa batida que é cotidiano.

Um comentário:

  1. Diferente dos demais poemas desse conjunto que chamei de "areias", este não tem nome. Acabo chamando-o pelo primeiro verso, embora não me pareça o nome mais adequado

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