São as dálias e as
margaridas que eu prensei no livro antigo. Eu digo tentando acalmar-me e
dormir. São só as dálias secas... Fica calma e vai dormir. Mas nenhum sono me
embala. Há um sussurrar antigo, não das flores, mas de mim, que vem como
palavras engasgadas de muito tempo, todas desimportantes, mas agora, sem quem
ouvi-las tornam-se as únicas lembranças que tenho. Memórias de algo que não
fiz... Recolho meus murmúrios, minhas flores, meus tempos perdidos e rabiscos,
não me aquieto, não há como. Dentro de mim correm as memórias das coisas
mortas, e seus veios seguem num pulsar do sangue, lá eles cantam, recitam e
declamam as palavras livremente como você e como nunca...
Nenhum comentário:
Postar um comentário