Você não se lembra, mas...
Guardei seu nome num papel.
Porque você sussurrou em meu ouvido
e falou para eu não esquecer. E eu decidi que não ia esquecer.
Era a nossa promessa.
Então, escrevi seu nome em um papel.
Seu nome virou bilhete, que eu
segurava o tempo todo. Mas, com medo de perdê-lo, virou tesouro, que guardava
de baixo do travesseiro. Não bastando, fiz virar segredo, e não o disse para
mais ninguém, quis guardá-lo em um cofre, mas não há cofres que se pode
carregar por ai... Um dia fi-lo virar prece, e antes de rezar, e também depois,
passei a falá-lo, porque ele era sagrado para mim. Ás vezes apenas o falava
distraidamente, porque antes de tudo, era nosso jogo, e não podia me esquecer de
me divertir com isso. Soletrava-o quando estava entediada, porque precisava
entender seu nome por completo. Recitei-o algumas vezes, porque também era um
poema para mim. Tentei até desenhá-lo, porque era arte. Podia não ter nada no
mundo, mas tinha seu nome, escrito em um papel, e isso significava tudo, porque
eu fiz significar.
Muito tempo passou... Você sabe e eu
sei...
Tanto tempo.
E eu aqui ainda segurando seu nome.
Mas que tristeza... Esqueci como era
seu rosto...
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